Cicatriz em
Cirurgia Plástica

O cirurgião plástico aprende no seu segundo treinamento em cirurgia (antes formou-se cirurgião geral) a ter movimentos mais delicados e precisos no trato com a pele do paciente. O conhecimento de que a cicatrização ocorre grau máximo após 6 semanas induz a uma cirurgia que respeita menores tensões sobre as suturas para evitar alargamento de cicatriz. Planejamento sobre a localização preferencial para as cicatrizes, de acordo com as linhas naturais de menor tensão considerando sulcos naturais e locais onde há menos força sobre a cicatriz propiciam cicatrizes menos visíveis e com possibilidades de melhor resultado.

A qualidade estética de uma cicatriz depende de muitos fatores relacionados ao organismo do paciente, o que a torna imprevisível na maioria dos casos. Os cuidados gerais no pós-operatório são para evitar engrossar, alargar e escurecer a cicatriz, Para evitar engrossar (hipertrofia)é recomendado fazer gel de silicone, massagem e hidratação. O alargamento da cicatriz ocorre em áreas da cirurgia onde há tensão, sendo ensinado um curativo anti-tensão utilizado até 10 semanas quando a cicatriz já está forte. O protetor solar é utilizado em combinação com oclusivos dependendo da fase e da exposição da cirurgia.

O quelóide é diferente da hipertrofia de cicatriz por não respeitar avançar além dos limites da cirurgia. Pode ser tratado com aplicação de corticosteróide dentro da cicatriz, o que pode ter efeitos colaterais como depressão local e alteração da pigmentação. A radioterapia local (betaterapia) é iniciada no dia seguinte à cirurgia para pacientes que já desenvolveram quelóide em cicatrizes prévias. O risco de recidiva está sempre presente apesar de qualquer terapia, pois existem características de cada organismo.

Uma cirurgia prévia que originou uma má cicatrização não necessariamente indica que a história se repetirá. Ela pode ter sido causada por estar em áreas mais propensas a alargamento e quelóidede tais como articulações, ombro, área central do tórax. A técnica usada na emergências abdominais como apendicite pode gerar cicatrizes desagradáveis. Porém, isto não impede que estas pessoas se submetam a uma cirurgia plástica. O cirurgião tomará medidas preventivas durante a cirurgia e no pós-operatório na tentativa de evitá-las. Nunca se deve esquecer que as cicatrizes são imprevisíveis, apesar da história pregressa de cicatrização boa ou não em outra localização por outra cirurgia.

Isto varia com o conceito individual com relação à cicatriz. É comum encontrarmos pessoas com cicatrizes imperceptíveis, mas que falam delas como se fossem verdadeiras deformidades e até esquecem dos benefícios que obtiveram com a cirurgia. Há outras pessoas que, mesmo insatisfeitas com sua aparência, preferem não operar por medo da cicatriz, que nem é perceptível na maioria dos casos.

Algumas pessoas procuram a cirurgia pelo tamanho da cicatriz e não pelo resultado final. A Miniabdome trara a flacidez abaixo do umbigo. Não é indicada quando há grande flacidez ou quando há flacidez e necessidade de lipoaspiração moderada acima do umbigo. A escolha portanto depende da avaliação do cirurgião em acordo com os anseios da paciente.

A prótese é utilizada para dar volume à mama. Pode ser utilizada em formato extra-alto/cônico em alguns casos para levantar a mama flácida sem cicatrizes. No entanto, se a mama já tem volume e está flácida, adicionar o volume da prótese pode tornar a mama final muito grande e pesada apenas para evitar uma cicatriz. Isto é um erro, pois uma mama muito pesada em uma pele que já era flácida pode gerar uma nova flacidez mais precoce por causa do excesso de peso.

A cicatriz depende do tamanho do volume a ser retirado e da flacidez, geralmente é vertical ou vertical com horizontal (o ´T´ invertido). Esta opção técnica pode ser diferente da que a paciente tem em mente e se a paciente procurar menos cicatrizes com próteses podem arrepender-se após apresentar flacidez precoce devido a mama pesada que deveria ter sido reduzida e não aumentada. Isto é um erro quando é somente para evitar cicatriz.

É documentado que pessoas de pele negra, morena, orientais ou miscigenados têm maior propensão à formação de quelóides. Porém isto não é uma regra imutável. Há também pessoas de pele branca que desenvolvem quelóides igualmente. Os riscos de surgimento de quelóide não podem ser afastados em nenhuma cicatriz, pois dependem mais de características individuais e da técnica utilizada. O quelóide começa a surgir em torno de um a três meses após a cirurgia e sua formação depende da deposição anômala e exagerada de fibras colágenas na cicatriz. Por isso a necessidade de tratamento preventivo precoce para evitá-lo.

A cirurgia plástica tem procedimentos cirúrgicos isolados ou combinados entre si como a revisão de cicatriz com ressecção e sutura por planos anti-tensão, ´w´e zetaplastia, exertia gordurosa. Muitas vezes associam-se tratamentos clínicos para melhoria do resultado, tais como peeling superficial, creme despigmentante, protetor solar, compressão, massagem, fisioterapia e radioterapia.

O local onde a cânula passa na gordura gera uma cicatriz que pode evoluir com fibrose loca, “puxando”a pele e deixando irregularidades. Este processo de cicatrização é normal é cabe a uma fisioterapeuta especializada em pos-operatório munida de ultassom para desfazer as fibroses e garantir o resultado da lipo. ;este trabalho é essencial para o bom resultado da cirurgia!

A exposição precoce ao sol possa causar escurecimento permanente da cicatriz pelo estímulo ao pigmento natural da pele é a melanina. Pode acontecer mais nas pessoas de pele mais escura, mas não é sempre. Contudo, a quantidade inicial maior do pigmento vai diminuindo a partir do terceiro mês até desaparecer por volta de 6 a 12 meses. Nos casos resistentes torna-se necessário tratamento com hidroquinona ou ác. azeláico. O efeito cicatriz branca ou falta de pigmentação melanina pode necessitar reposição com tatuagem específica.

O quelóide ultrapassa lateralmente o seu limite inicial da cicatriz, crescendo de forma tumoral, podendo apresentar-se de forma pediculada ou aplanada. Pode ter dor, coçar, e não tem tendência à regressão. É utilizado radioterapia (betaterapia) para não recidivar. A cicatriz hipertrófica é elevada e também pode ser dolorosa e coçar, mas não ultrapassa os limites laterais da cicatriz e com o tempo mostra tendência à regressão.Ambas se caracterizam pela formação excessiva de colágeno.

A pele tem recuperação de sua resistência entre 6 e 10 semanas quando o nível de colágeno já está ideal para que esteja segura. Para que uma cicatriz se mantenha fina é necessário evitar excesso de tensão neste período, o que é conseguido com a técnica na cirurgia e no curativo. As bordas da ferida devem ser bem unidas pela sutura. Cicatrizes que foram suturadas com fios inadequados ou com absorção precoce dos mesmos, antes que se desenvolva a resistência cicatricial ideal, tendem ao alargamento posterior ou mesmo deiscência (quando os pontos se soltam e a cicatriz se abre). A falta de repouso no pós-operatório, cicatrizes localizadas em áreas de articulações e em locais de movimento, fumo e tendência do organismo são fatores de má cicatrização.